21 de agosto de 2005

Chamamentos

A interpretação dos chamamentos maternos por parte dos filhos constitui uma mais valia para aqueles que vivem em casa dos pais e que, desta forma, através da simples entoação do seu nome, proferido pela entidade maternal, sabem exactamente o que os espera e como proceder perante a situação em causa.
O que estão prestes a ler trata-se de um manual de sobrevivência essencial para um convívio feliz e sem sobressaltos com a mamã.

Tomemos como exemplo o meu belo e fantástico nome.

A simples pronuncia do primeiro nome, num simples "Pedro, anda aqui", não constitui qualquer perigo. Trata-se de um chamamento inofensivo e que pretende uma ajuda simples numa qualquer tarefa, como chegar a uma prateleira mais alta, pegar num objecto pesado, e actividades equiparadas.

A acentuação da vogal tónica do primeiro nome começa a não ser bom sinal. "Peeeeeedro, anda cáááá" já significa uma contra-ordenação leve. Provavelmente não fiz a cama ou deixei qualquer coisa desarrumada. Não há nada a recear. Dirijo-me ao local e resolvo o problema facilmente.

A utilização do primeiro e segundo nomes, associada a uma entoação característica, começa a ser preocupante. É sinal que foi cometida uma contra-ordenação grave ou a prática continuada de contra-ordenações leves. O melhor a fazer é uma aproximação cautelosa ao local da infracção e tentar resolver o problema cuidadosamente, sempre atento à localização da progenitora.

E por fim algo que nenhum de nós quer ouvir. A pronúncia do nome completo, precedida, por exemplo, de um belo "chega cá IMEDIATAMENTE", constitui uma contra-ordenação muito grave. Provavelmente mataram o cão; incendiaram a casa; partiram a jarra chinesa, única, pintada à mão, do séc IX, e oferecida ao rei Chin Wong aquando do seu décimo oitavo aniversário; ou fizeram alguma coisa equivalente. O melhor a fazer é ficar atento ao local de origem do som e correr na direcção oposta como se não houvesse amanhã. Não parece muito inteligente, mas a fera acaba por se acalmar com o tempo e provavelmente até se safam do incidente apenas com ferimentos ligeiros.

Espero que este texto vos seja util para qualquer eventualidade no futuro. Embora acredite que não vão precisar.

7 comentários:

zeto disse...

a tua mae diz pedro anda aqui, ou pedro anda cá!

Anónimo disse...

O beijinho de desculpas que o meu filhote de 3 anos e meio me dá depois de fazer uma "grande" asneira - comparável, devido à idade, às tuas contra-ordenações leves - é suficiente para voltar tudo ao normal e recomeçar a tratá-lo por ____________ (não vem ao caso). Fazes o mesmo ou "só" resolves o problema?

Pedro Couto disse...

Depende do caso. 3 anos e meio, mas sabe-a toda. um beijinho e tal e consegue o que quer.

Anónimo disse...

Deixa dar as 12 badaladas, funguinho lindo, que depois verás o que te espera :)

zeto disse...

pk k nunca dizem k os meus posts sao 5 estrelas?

tb ficava contente com 4.

Anónimo disse...

Zeto, dentro da temática que tens escolhido, que é algo "SUI GENERIS" NO MÍNIMO, OS TEUS posts são 5 estrelas. :P

zeto disse...

:) finalmente, tou a ser apreciado por alguem!

 
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