29 de outubro de 2005

Análise urbana (Parte 1 - Parking)

A selva urbana existente na actualidade exige uma análise constante e um conhecimento relativamente grande sobre os procedimentos a ter em conta para não sermos apanhados deprevenidos numa qualquer situação, geralmente de vida ou morte, com que possamos ser confrontados. Elaborarei por isso, ao longo do tempo, um espaço de análise dos hábitos citadinos deste nosso mundo de competitividade cruel e desumana.

Análise Urbana
Parte 1 - Parking

Passo então a abordar um tema do quotidiano, com o qual muitos dos nossos 4 leitores habituais se poderão identificar. Trata-se da técnica de estacionamento. Não a colocação do veículo no seu parking spot, mas sim a procura de um lugar para o fazer. Resolvi categorizar algumas formas que considerei mais relevantes de efectuar esta procura:

1) Procura Utópica:
Os condutores que efectuam este tipo de abordagem são, por natureza, crentes. Creem que vão conseguir o que querem, e portanto, dirigem-se directamente ao sítio exacto do seu destino, na esperança de encontrar o local de estacionamento perfeito mesmo em frente à porta do edifício onde querem entrar. Ignoram que a probabilidade de isso acontecer é praticamente nula e ficam sempre mal. Acabam por percorrer a área envolvente em circulos concêntricos até encontrarem o espaço tão pretendido a alguns quilómetros do local e algumas horas depois;

2) Não procura:
Este tipo de procura consiste, muito basicamente, em não procurar. É vulgarmente adaptado por condutores pessimistas. Não querem acreditar que existem lugares na proximidade do seu destino e por isso, num raio de 5 quilómetros, estacionam no primeiro espaço que lhes aparece. Percorrem o resto do caminho a pé e são envolvidos por um sentimento de frustração ao chegar ao local, porque contrariamente a todas as probabilidades, vai estar lá um local perfeito mesmo em frente à porta do prédio onde poderiam muito bem ter deixado o seu estimado veículo;

3) Procura mágica:
Há certos indivíduos com sorte. Condutores que nasceram com uma estrela na testa e que para eles tudo lhes corre bem. Mal iniciam a sua procura e, como que por magia, está alguém, naquele preciso momento a abandonar o seu espaço de estacionamento. O sortudo pára, espera que o seu novo melhor amigo acabe de efectuar a manobra de saída, e muito comodamente o assunto está resolvido. Podem muitas vezes ser abordados pelos condutores mencionados no ponto seguinte;


4) Procura invasiva:
É necessário ter grande capacidade de visão e de posicionamento estratégico para proceder a este tipo de procura. O condutor para num local onde consiga avistar lugares de estacionamento num raio considerável. Depois começam a olhar em volta à procura de alguém que abandone o seu local. Em casos raros, alguns destes condutores apresentam um único côndilo occipital que lhes permite uma rotação total da cabeça facilitando assim a etapa de vigia. Após avistar o indivíduo em manobras de abandono do precioso espaço, dirigem-se para o local. Naturalmente, devido ao facto de se encontrarem a uma distância relativamente grande, quando lá chegam já alguém está a espera para estacionar. Facto este que é prontamente ignorado e procede-se ao estacionamento de forma rápida, ou pelo menos mais rápida do que o condutor que já lá estava a aguardar. São ouvidas algumas apitadelas, alguns insultos e a situação está resolvida.


Muitas mais variantes deste fenómeno poderiam ser consideradas, mas por motivos de falta de paciência para escrever esta merda ficamos por aqui. Esperem por mais temas. A análise urbana continua brevemente...

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