12 de janeiro de 2006
Mesmo em profunda meditação e num esforço cerebral considerável não consegui pensar em praticamente nada que fosse tão inútil como as informações de trânsito que dão, pela manhã, na televisão.
É que aquilo é suposto ser uma informação super actualizada, e portanto, com um prazo de validade de, no máximo, 5/7 minutos. Se o telespectador está em casa presume-se que não está no carro. Ignorando, obviamente, o caso dos sem abrigos que moram em carros, que mesmo que tecnicamente estejam em casa:
1) é pouco provável a presença de aparelho televisivo;
2) o veículo não anda;
3) mesmo que andasse custa-me a crer que:
3.1) conseguissem comprar combustível para o efeito;
3.2) conseguissem conduzir com tanta tralha dentro do carro a diminuir consideravelmente a visibilidade.
A emissão televisiva só servirá eventualmente para alguém que esteja em casa poder ligar para alguém que esteja a conduzir (sem rádio) e precise dessas informações.
Por um lado é necessária uma grande telepatia entre o indíviduo que está em casa e o que está a conduzir para que o primeiro saiba que o segundo tem necessidade em saber quais os percursos mais ou menos engarrafados. Uma proeza digna de seres com poderes sobrenaturais, e portanto, à altura da Maya e pouco mais.
E por outro lado, a pessoa que está a conduzir cometerá uma contra-ordenação ao atender o telemóvel que resultará naturalmente:
1) Ou num acidente de viação;
2) Ou numa altuação por parte de uma autoridade competente, que não estava lá naquela vez em que o arrumador nos gamou a antena do carro, ou que o gajo nos pediu gentilmente a carteira emprestada até hoje, mas nestes momentos demonstra que lhe falta pouco para ser omnipresente.
Mas pensando bem, acho que preferia ouvir toda a manhã o estado do trânsito pelo país fora, a ter que ouvir o Manuel Luís Goucha a falar.
1 comentários:
É muito provável. Toda a gente me conhece.
:)
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